Categoria: Artigos
Data: 04/06/2024

Cantai!


Esse é um comando, uma ordem divina, conduzindo o homem a adoração ao Deus verdadeiro, o que se extrai de qualquer leitura superficial e natural de não poucos Salmos que convocam o povo de Israel ao louvor em forma de música.

O Salmo 96 é um grande demonstrativo disso, talvez um dos mais significativos para a Igreja, pois esse salmo é cantado em formas contemporâneas de músicas nas liturgias - vide a música Salmo 96 (Vencedores por Cristo) - e até mesmo lido antes de conclamar o povo de Deus a cantar.

Leiamos um trecho:
Salmos 96:1-5, NAA

[1] Cantem ao Senhor um cântico novo, cantem ao Senhor, todas as terras.
[2] Cantem ao Senhor, bendigam o seu nome; proclamem a sua salvação, dia
após dia.
[3] Anunciem entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas
maravilhas
[4] Porque o Senhor é grande e digno de ser louvado, mais temível do que
todos os deuses.
[5] Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos; o Senhor, porém,
fez os céus.


Lendo essa linda poesia, surgem algumas perguntas: Por que louvar? Por que 
música? Por que Deus faz questão de ouvir nossos sons?

Evidentemente, nenhum Salmo se propõe responder essas perguntas especificamente. Não é como se essas interrogações fossem as maiores preocupações dos salmistas. Pelo contrário, nesses poemas não há nenhum viés sistemático, apesar de, com certeza, instruir a profundidade da alma a cerca das coisas espirituais.

Talvez, o canto, a música, sejam tão intuitivos que tais questões não façam sentido. Será?

Para superar isso vejamos o Salmo 96. Nele há uma ordem, um imperativo: cantem, proclamem, anunciem. E logo depois, o motivo, ou melhor, o conteúdo desse louvor: Deus é grande e temível, o único e verdadeiro Deus.

O lirismo é simples, mas denso. Faz-nos entender que cantar, abrir nossas bocas, entoar louvores, ser ouvido por Ele, é da vontade de Deus, porque faz parte de um anúncio uma proclamação: o Rei do Universo, o Único Deus, está aqui. 

Cantar, portanto, é nossa missão.

Ainda, nesse trecho do Salmo 96, quem são os cantores? Todos os povos e, também, em particular o povo de Deus. E de onde farão isso? Entre as nações. 

Mais uma vez, um anúncio, agora, o salmista o direciona ao Mundo e aos  concidadãos do Reino. Existe, aqui, o valor de pertencimento de um hino, o que só pode ser ilustrado quando um brasileiro cante a hino nacional e outro se identifica quando estão em um país estrangeiro. Decerto, há uma identidade (in)formada pela música, uma identidade nacional.

Dessa forma, cantamos como cidadãos do Reino. Uns aos outros.

Cantar juntos é diferente, e dá pra perceber fácil nos cultos, domingo após domingo. Quem nunca sentiu falta de ouvir toda a Igreja cantar, quando não pode se ajuntar aos irmãos? Quem nunca ficou por breves momentos em silêncio só pra poder ouvir como a Igreja canta diferente quando canta junto? 

Desse breve exercício não se pode esquecer o mais importante. Sobre quem se canta? Já foi dito. O grande Deus, o Senhor, pois os outros deuses não passam de ídolos.

É invariável, quando se fala de música o assunto ídolo ou idolatria sempre surge com facilidade, e, então, o Salmo nos aponta a direção, cantar mostra os nossos ídolos. É um exercício de introduzir a verdade no coração, denunciando os ídolos interiores, o que só se faz quando se canta atento, de corpo e alma.

É certo, então, que cantar é se relacionar com Deus e expulsar os ídolos do coração.

Cantemos.



Autor: Isaac Messias   |   Visualizações: 387 pessoas
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